Muitos insurgiram-se ou olharam atravessado em
relação à campanha encabeçada pela Sabiá da Mata e os cidadãos que
tinham a mínima noção das consequências que seriam trazidas pela
Barragem de Serro Azul.
Hoje,
o maior testemunho do desprezo são as próprias vítimas da região de
Serro Azul. Segundo informações de moradores da área, a maioria da mão
de obra empregada na obra é da cidade, ou seja, as pessoas que foram
despejadas de suas casas e suas terras estão na miséria, pois não contam
nem com a agricultura de subsistência.
Ainda
chegaram informações que o "negociador" das desapropriações utiliza
tons de ameaça para forçar os moradores a aceitarem qualquer valor
referente ao preço da indenização. A detonação das rochas com dinamite
ocorre sempre ao meio dia, horário sagrado de almoço das pessoas: além
do insuportável barulho, os moradores são obrigados a conviver com a
poeira que parece não ter fim.
Os
poucos que receberam a "fortuna" da indenização migraram para outras
cidades e se eram considerados pobres, atualmente são miseráveis, sem
casa, renda e sossego.
Deram
um tom político à nossa campanha contra a forma como foi imposta a
Barragem de Serro Azul, sem audiência pública em Bonito; sem a mínima
garantia das compensações ambientais e sem proporcionar aos moradores da
região a prévia e justa indenização. Tudo acontece como previsto ou até
pior: "a corda arrebentou, como sempre, do lado mais fraco".